Viagem

Vesti-me á pressa, corri pela escadaria, peguei na mala, e bati com a porta ! Corri pela rua que sobe para o café da esquina, e esperei, esperei por ti, pelo carro .

Finalmente chegas-te, entrei no carro, cumprimetei todos e seguimos.

Encostei-me ao teu ombro, a olhar pelo vidro o mundo lá fora, e deixei-me levar pelo balanço do carro, olhava a vida lá fora, as arvores tinham um ar tão saudável, um ar tão feliz, e por elas, espreitavam, envergonhados, uns raios de sol. Estava meio adormecida pela paisagem lá fora, quando senti as tuas mãos a passarem suavemente pelo meu cabelo, senti os teus lábios a fazerem rodar a minha cara para me segredares ao ouvido esquerdo: " O teu cabelo loiro está a brilhar amor...", só consegui sorrir-te com aquela docura que dizes ter. Não falamos mais naqueles 120 km seguintes, e eu adormeci no teu regasso. Uma pedra no caminho fez o balançar do carro ser maior e eu acordei, olhei para ti, estavas a dormir. Tinhas uma ar tão doce amor, coloquei a minha mão sobre a tua, e o caminho proceguio. Inflizmente o carro parou e tivemos de sair os dois !

Fizeste-me esquecer a dor, a tristeza e o sofrimento, e nem sequer falamos acerca do que me fazia sofrer. E, dentro do carro ficaram aquelas fotografias daquele album que custumamos abrir com prazer.