Aquele dia

Ela terminou de almoçar, á mesma hora do costume meio-dia e quinze minutos, subiu a escadaria de sua casa e sentia-se fraca, sentia as pernas a tremer, todo o seu corpo a tremer ! Abriu a porta da sala com a mesma delicadeza de sempre, ligou o aquecimento, sentou-se no chão da sala, virada para a grande janela principal, pegou no comando e ligou o televisor.


Esteve assim durante horas, permanecia impávida e serena, nem sei se ela tomou atenção alguma aquele programa de televisão, não consegui sequer ver o seu rosto, pois a janela estava aberta e os raios de sol invadiam aquela sala. Eram cinco da tarde, quando a próprio deu pela sua presença, deu pelo seu ser que mais parecia estar morto. Levantou-se e deslocou-se ao quarto, olhou aquele espelho grande, e ... estava com um ar cansado, desde aquele dia as lágrimas não se aguentam muito tempo dentro de si .


Vestiu o seu casaco azul, desceu a escadaria de sua casa, abriu a porta da rua e saiu.


A sua mãe tinha marcado o cabeleireiro, pois era a sua festa de dezoito anos.


Naquele cabeleireiro, em frente aquele espelho, ela sentia-se a pessoa mais horrível deste mundo e as lágrimas continuavam a correr-lhe pelo rosto. Passadas duas horas volta a sua casa, tenta arranjar-se, e maquiar-se, mas ela continuava a sentir o mesmo, a mesma tristeza. Saiu de casa e foi para o seu jantar de aniversário.


Estavam todas as pessoas que ela mais esperava, incluindo o seu namorado. Ela tentou sorrir, divertir-se, dar atenção a todos mas era complicado, muito complicado. A noite foi-se desenrolando, ela tentou esquecer todos os seu problemas, mas... aquilo estava sempre presente...


Depois de conversas, gargalhadas com os seus amigos, e abraços, mãos dadas e mimos com o seu namorado, a noite acaba e esta vai para casa !


Mais uma vez, adormeceu a chorar ...

.nini.